segunda-feira, 13 de julho de 2009

Namoro e futuro

Seu futuro depende do seu presente, e o futuro do mundo também

Com muito atraso aparece no mundo a preocupação com a previsão de esgotamento dos recursos naturais da terra ainda neste século. Tempos atrás avisei que a situação dos mais pobres não poderá melhorar para valer, se os mais ricos não se contentarem com padrões de vida mais modestos.

O crescimento rápido da China e de outros países acelerou o agravamento da situação, mas a geração atual ainda não aprendeu a deixar de desperdiçar no presente os recursos de gerações futuras.

No entanto, o pior não são os estragos materiais. Se os pessimistas tiverem razão, pior ainda será a situação moral e espiritual, a decadência da religião e da família que é uma das maiores conquistas da Bíblia e do cristianismo.


Um artigo de jornal do dia dos namorados me deixou preocupado com o futuro da família. Já temos notícias de tantos casais, mesmo com formação cristã e boas intenções, que não conseguem vencer as tentações e procuram solução na separação. Como serão as famílias dos jovens de hoje?

Vejam só como se apresenta o namoro atual neste jornal: Primeiro, uma fotografia com três jovens sem roupa dentro de uma banheira, dois homens e uma mulher. Não sei o que isso tem a ver com amor e namoro. É apenas sexo sem amor. Que futuro tem isso?

O texto explica que a revolução sexual teve como resultado o amor livre, sem exclusividade e sem o sonho de durar para a vida toda. Que pobreza de amor!

Dizem que os jovens de hoje não querem um compromisso sério de casamento, só querem namorar. Acham que o sexto mandamento que proíbe o adultério, e por tabela práticas sexuais antes do casamento, só serviria para atrapalhar a procura da felicidade. Na realidade, o respeito que sabe esperar e a fidelidade que protege o lar são os alicerces da construção de uma grande história de amor.

Na devoção popular, Antonio de Padua é o Santo Casamenteiro. Muitas jovens lhe pedem ajuda para encontrar o namorado dos seus sonhos. Não sei se rapazes também recorrem a ele para encontrar a namorada ideal para construir uma família feliz. Se o fazem, tomam cuidado para ninguém ficar sabendo.

Este jornal apresenta como exemplo de relacionamento aberto o casal de escritores franceses, Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir. O pessimismo que transparece nos escritos deles indica que tal liberdade não lhes trouxe felicidade. Sartre vivia se queixando da vida, reclamando dos pais que o puseram no mundo sem perguntar se queria viver.

Será que é assim a juventude que temos aqui nesta praça? Será que vocês não têm nenhum ideal na cabeça e no coração? Será que só estão à procura dos pequenos prazeres que a vida lhes possa trazer?

Não, este jornal não apresenta um retrato fiel da juventude e da família de hoje. È um retrato deturpado, uma caricatura, uma generalização de casos de pessoas decadentes, que infelizmente existem também, e não apenas entre jovens.

Antigamente também existiam pecadores, mas o pecado era reconhecido como pecado. Hoje é apresentado como coisa boa, conquista da liberdade. A bebida e outras drogas são propagadas como se não existisse o inferno terreno dos viciados hoje chamados de vítimas da doença do alcoolismo, dos entorpecentes e da prostituição.

A diferença para outros tempos é a confusão de idéias e valores, junto com a facilidade de todo tipo de tentações. O erro se apresenta disfarçado em verdade. Traficantes enganam jovens ingênuos com falsas promessas. Namorados egoístas seduzem moças confiantes e as deixam entregues à prostituição.

Vejo aqui jovens diferentes, jovens que sonham com um grande amor. Muitos passaram por decepções, mas ainda sonham com um futuro melhor, ainda procuram preparar o caminho para construir uma família feliz. Jovens que levam a sério seu tempo de estudo para poder colaborar na construção de um mundo melhor, mais justo e fraterno, um mundo de amor.

Mesmo assim se diz por aí que os jovens de hoje não querem nada. Pode ser que muitos ainda não tenham encontrado alguma coisa que vale a pena querer. Infelizmente, muitos jovens não participam da vida da Igreja, perdendo assim um apoio importante para uma vida mais consciente das suas possibilidades e dos seus deveres. Ainda bem que fora da Igreja também existem pessoas de boas intenções e ações.

Meu recado aos jovens, aos namorados e aos que estão procurando alguém, é este: Não desistam da procura de um grande amor. Um amor que começa devagar ou de repente, um amor que sabe esperar, na felicidade de estar juntos, de sentir-se amado, na ousadia de um beijinho roubado, e devolvido em dobro, na coragem de assumir o compromisso de construir uma família.

Que bonito ver o namoro de casais com muitos anos de casados! Neste mundo cheio de gente que procura a felicidade nos prazeres do sexo sem amor, ainda surgem jovens, até mesmo sem motivação religiosa, que redescobrem o valor da virgindade até o casamento. Por outro lado, existem católicos que não veem sentido no sexto mandamento que Deus nos deu através de Moisés, não para tornar nossa vida menos feliz, mas para indicar o caminho da felicidade mais duradoura.

Dom Cristiano Jakob Krapf
CNBB

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