sábado, 5 de março de 2011

O brilho ilusório da novidade

por Thomas Merton

Na moderna sociedade tecnológica, tornamo-nos insensíveis e desiludidos. Aprendemos a suspeitar do que se apresenta como novo, a duvidar da ‘última novidade’ em tudo. O novo atrai-nos instintivamente, mas nele só vemos a mesma velha impostura. O brilho ilusório da novidade, a pretensa criatividade de uma sociedade na qual a juventude é comercializada e os jovens são velhos antes dos vinte enche alguns corações de profundo desespero. Parece não haver meio de encontrar mudança real alguma. ‘Quanto mais as coisas mudam’, diz um provérbio francês, ‘mais são as mesmas’.

Entretanto, no mais profundo de nosso ser, ainda ouvimos a voz insistente que nos diz: ‘Você precisa renascer.’

Há em nós um instinto de novidade, de renovação, de liberação do poder criativo. Buscamos despertar em nós mesmos uma força que realmente mude nossas vidas de dentro para fora. Contudo, o mesmo instinto nos diz que essa mudança é a recuperação do mais profundo, mais original, mais pessoal que há em nós. Renascer não é tornar-nos outra pessoa, e sim tornar-nos nós mesmos.

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