sábado, 19 de fevereiro de 2011

Sofrimento no namoro 2/2


Enfrente-o, enntre em confronto com ele

“No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo”. (João 16,33)

Corajosamente, enfrentar o sofrimento e a dor, não permitindo que eles nos desanimem, aniquilem, ou nos tornem uns(as) fracassados. Não podemos valorizar o sofrimento, não nos posicionarmos numa situação de sofrimento, de auto-piedade, vítima, sofredor(a), um dolorismo profundo. Não! Não! Não podemos aliarmos a ele, não nos entregarmos, não abaixar a cabeça, não dar crédito, mas enfrentá-lo sem medo com esperança, não vendo apenas o lado negro da situação.

Tem gente que adora um sofrimentozinho de estimação, não se contenta em estar tudo bem, gosta de sofrer, adora um desentendimento, uma briga, uma piada de sofrimento no namoro, não nascemos para isto. É tão pouco aceitar de forma passiva, resignada, conformada, mas ativamente, sair dele, não fingindo que ele não existe, pois ele está aí na nossa frente, não tem como negá-lo ou esquecê-lo.

Jesus ensina: “Coragem eu venci...” Então enfrente-o! O Senhor irá na frente.


Nada é por acaso, tem um sentido

Jovem, o sofrimento não aparece assim do nada, sem um motivo plausível, não vem de graça, não é por acaso que ele surge. Normalmente não o entendemos, não o aceitamos, quando acontece com o irmão até aceitamos, mas quando está em nós, atingindo a nossa carne não o compreendemos, mas depois que passamos, aí sim, damos sentido para ele.

E todo o sofrimento tem um sentido em nossa vida, algo que é essencial para nós, que fará de nós muito melhores do que já somos, melhores filhos, melhores amigos, melhores namorados... Todo o sofrimento leva-nos a fechar em nós mesmos, tirando-nos do externo para o interno, dando um sentido para vida porque nos leva a conhecer aquilo que somos, em áreas desconhecidas do coração; pelo sofrimento rasgam-se, derramando mais altruísmo, paciência, humildade...

Neste instante lembro-me de Moisés: Deus inspira a Moisés, após sair do Egito com o povo de Deus para a Terra de Canaã, a andar pelo caminho mais longo, sabemos que Canaã não era tão distante do Egito, mas o faz caminhar durante “40 anos”, veja que humanamente não tem explicação. Deus permitiu que fosse assim para que o povo não se arrependesse, para que o povo não voltasse atrás, e, no deserto fosse formado, no deserto (sofrimento) Deus colocou no coração do povo a sua “marca”, no deserto Deus revela o seu amor.

O sofrimento nos permite retirar a auto-suficiência, o egoísmo, as máscaras... é a ocasião mais apropriada para que a dureza de nosso coração seja aquebrantada e assim sermos transformados, nos tornando mais gente, mais ser humano imagem e semelhança de Deus, encarando o sofrimento com lucidez e maturidade.

Muitas vezes ecoam em nosso interior perguntas, e mais perguntas, querendo uma explicação do sofrimento. Por que disso? Por que daquilo?

Não existe explicação para o sofrimento, é um mistério que não cabe a nós desvendar, cabe a nós aproveitar deste sofrimento para amadurecermos e crescermos, não importa o sofrimento, mas sim o que ele proporcionará em nossa vida.

Conheço muitas pessoas que passaram pelo sofrimento, no namoro ou mesmo no casamento (traição, decepção...), como dizem: “Comeram o pão que o Diabo amassou”, mas nunca mais foram as mesmas. O sofrimento e a dor causaram um efeito transformador na vida destas pessoas que as tornaram para muito um sinal de vida e esperança brotadas da alma que um dia foi transpassada pela espada do sofrimento.

“É por isso que não desfalecemos. Ainda que exteriormente se desconjunte nosso homem exterior, nosso interior renova-se de dia para dia. A nossa presente tribulação (sofrimento), momentânea e ligeira, nos proporcionará um peso eterno de glória incomensurável”. ( II Cor. 4,16-17 )

Na cruz; Jesus soube dar Sentido para o sofrimento. Dê Sentido para o seu!!!


ROGÉRIO, Cláudio. Namoro sim, bagunça não. Aparecida: Editora Santuário, 2003.

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