sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O lugar do outro


Não somos apenas humanos, mas nos fazemos humanos na relação com os outros seres humanos. Até mesmo em nossos pensamentos utilizamos uma linguagem que aprendemos, e em nossos gestos partilhamos do modo de ser daqueles com quem convivemos, e o que aprendemos e o que somos traça um fio que nos conduz aos nossos pais, aos nossos avós, às gerações longínquas no passado. Nós somos habitados por aqueles que amamos, e até em nossos gestos transparecem as outras pessoas. O outro vive em nós.

Ao mesmo tempo, cada um é único, insubstituível, e com cada ser humano que vive, vive com ele uma forma única de sabedoria. Cada homem ou mulher que habita ou habitou este planeta tem uma história única. Eis algo que confere a cada ser humano um valor infinito. Diante disso, cada um torna-se merecedor de profundo respeito. Diante do rosto do outro somos sabedores da existência de um mistério. Diante do outro, podemos nos colocar no seu lugar e, assim, considerá-lo legitimamente como uma pessoa, e não um meio, um objeto. Diante do outro, exercitamos o sentido da ética.

MULLER, Felipe de Matos. SARDI, Sergio Augusto. O lugar do outro. In: Jornal Mundo Jovem e Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da PUCRS. Agosto de 2009, ano I, número 04.

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