por Alfeu Trancoso
Um valor é uma experiência transmitida ou vivida que elegemos para dar sentido à nossa vida, diante dos outros. Valor é uma referência considerada justa e, portanto, verdadeira. Muitos valores são introjetados em nossa consciência, desde que começamos a nos entender por gente. Eles são os guias para o nosso caminho e, durante essa caminhada, muitos deles são descartados. Mas aqueles mais nobres continuam, pois exprimem ideais éticos que são perenes. Eles são imunes aos relativismos e historicismos e que fazem parte do legado da humanidade; e é nosso dever ético passá-los às gerações seguintes.
Muitos deles são heranças milenares que conservamos e transmitimos com dedicação e respeito. É nesse aspecto que os valores éticos pretendem ser universais. Compaixão, solidariedade, generosidade, fidelidade e responsabilidade não podem ser contagiadas pelos ventos do relativismo culturalista e consumista.
O amor ao próximo, por exemplo, é um valor perene que não está à mercê das oscilações existenciais de quem o pratica, porque, quem o ama verdadeiramente, sabe que este sentimento será presença constante enquanto durar a sua ida. Daí o desejo de transmitir essas verdades, de lutar e, às vezes, de morrer por elas.
A família é o referencial primeiro na transmissão dessas experiências normativas. Exemplo e presença dos pais são duas formas poderosas e convincentes de introjeção de valores. Como uma criança, por exemplo, elege valores dignificantes de um pai ausente ou de uma presença com hora marcada geralmente, nos fins de semana?
A escola é outro ambiente poderoso na formação e transmissão de valores maiores. Mas ela responde hoje a essa necessidade de oferta de valores que promovam a dignificação da pessoa humana e do natural?
A religião é, sem dúvida, outro centro importante de preservação e transmissão dos valores mais nobres da sociedade humana. Mas quantas denominações religiosas estão atrás do “lucro” fácil e do êxtase terapêutico?
É assim que a sociedade se trona o lugar da criação e manutenção dos mais altos valores humanos. Infelizmente, esta mesma sociedade gera valores antiéticos que são os promotores nefastos da violência cotidiana, do erotismo sem limites e do consumo a todo custo.
No tocante às questões sociais, ao praticarmos a ética temos uma responsabilidade imensa, pois teremos que eleger uma série de valores que possam sensibilizar a sociedade para que participem de uma nova maneira de se comportar no cotidiano. Essa prática traria no seu ideário um elenco de valores perenes de cuidado, de respeito e de responsabilidade que irão formar a base de uma nova cultura.
0 Obras Novas comentaram:
Postar um comentário