quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Revivendo a JMJ Madrid

A experiência de quatro jovens de nossa paróquia contada por Álvaro Silva

É quase impossível falar o que foi para nós esta XXVI Jornada Mundial da Juventude. Certamente ficaram em nossos corações as palavras do Santo Padre Bento XVI: “Queridos jovens vós precisais da Igreja e a Igreja precisa de vocês.”

Chegamos a Madrid no dia 16 de agosto por volta do meio dia hora local. A cidade é maravilhosa. Muitos de nós, assim com eu, nunca tínhamos andado de avião. Foi uma grande experiência. Estávamos cheios de entusiasmo. Logo fomos acolhidos pelas famílias madrilenhas, que com seu afeto e amor fizeram com que estivéssemos em casa. Nos acomodamos, e fomos participar na Praça Cibeles, no centro de Madrid, da missa de abertura da JMJ que foi presidida pelo Cardeal Arcebispo de Madrid Antonio Rouco Varela.

O que dizer de um evento tão grandioso como este? A alegria era expressa no metrô quando grupos de jovens de vários países com suas bandeiras davam seus gritos de guerra e mostravam a força da juventude. Juventude que não tem medo de expressar sua fé. A alegria era expressa quando mesmo sem entender a língua que o outro falava, trocávamos presentes. Eram pulseiras, bandeiras, terços. Tudo estava valendo para levar uma lembrancinha de outro país. Isso mostrava que a comunhão com o corpo de Cristo é verdadeira e eficaz. Ela ultrapassa as fronteiras de países, sistemas políticos, econômicos e línguas. Digo isso, por que interagimos com jovens de países que não vivem a mesma realidade que a nossa. Onde a fé, por vezes é perseguida e impedida de se enraizar em Cristo. Cito com exemplo, jovens do Iraque, da Coréia e da África. A comunhão com o corpo de cristo, que é a Igreja, é sem dúvida o maior testemunho que podemos levar dessa Jornada.


Em Madrid, nesses dias de festa, percebemos que não falávamos mais português, alemão, espanhol ou inglês. Falávamos uma única língua, a língua da fé, fruto de um Espírito vivificante que reúne todos os povos da terra num só (At 2, 1-11). A fé, que se for do tamanho de um grão de mostarda pode remover montanhas. De fato isso é verdade. Quando pensávamos em ir para a Jornada Mundial da Juventude, não tínhamos nada a não ser fé.

Queridos amigos. A fé supera até mesmo as línguas, fez-nos esperar de baixo de um sol de quase quarenta graus, a chegada do sucessor do Apóstolo Pedro. Isso nos mostra ainda mais, que a juventude quer ouvir da Igreja, aprender com a Igreja e falar à Igreja suas necessidade e anseios, suas angustias, suas alegrias e tristezas. E nos gritos: “Esta es la juventud del Papa”. Expressávamos aqui o que disse o cardeal de Madrid na missa de abertura: “Vós sois a geração de Bento XVI”. Ora, o papa é sucessor de Pedro a quem Jesus disse: “Pedro, uma vez convertido confirma na fé os teus irmãos”( (Lc 22, 32). Assim, é por meio do Papa que Cristo vem falar à sua Igreja e nos confirmar na fé. Por isso, entendemos melhor quando o Cardeal nos fala: “Portanto, sois a geração de Cristo”. Se de fato acreditamos nestas palavras, vemos no sucessor de Pedro ecoar a voz da Igreja, Esposa de Cristo. Portanto ouvimos o próprio Cristo vivo e presente na sua Igreja.


Outro ponto forte de nossa experiência na JMJ foi a vigília no aeródromo de Quatro Ventos. Foi lá, que no dia mais quente do ano em Madrid, pouco mais de 40 graus, esperávamos mais uma palavra do Santo Padre. Nós e outros 15 mil brasileiros formávamos uma multidão de quase dois milhões de jovens. Água nessa altura, só quente ou aquela que os bombeiros jogavam fazendo a festa de todos. A alternativa era recorrer ao suco de “melocotón” (pêssego) que estava na mochila do peregrino, entregue a todos os participantes. Alguns dos nossos amigos, Rodrigo, Thiago e Cidiane, tiveram a oportunidade de sentar nas primeiras fileiras, para participar desta vigília. Por fim, o Papa chegou e deu início a vigília. O mais impressionante, e que me marcou profundamente, foi ver dois milhões de jovens fazerem um profundo silencio, quando o Santíssimo foi exposto. Isto mostra que não estávamos lá para fazer turismo ou apenas para ver o Papa. Neste momento recordei-me do lema da jornada mundial da juventude de 2005 na Alemanha: -“Vimos adorá-lo” (Mt 2, 2)

Queridos irmãos, o que levamos para nossa vida desses dias de JMJ? Levamos a alegria da juventude. Força da Igreja que cada vez mais deve ser “Enraizada e Edificada em Cristo”, para que Nele permaneça firme na fé. Levamos uma visão de Igreja totalmente diferente da que tínhamos antes. Uma Igreja mais viva, espalhada pelo mundo. Isso nos mostrou que a viva esperança da fé continua acesa em muitos corações. Por fim, levamos dessa JMJ 2011, uma grande missão. Jovens devem evangelizar jovens. A missão que temos é grande. Nós, uma vez enraizados e edificados em Cristo, temos a missão de fazer de nossa fé um auxílio para aqueles que estão sem esperança e edificam sua casa sobre o relativismo e individualismo deste mundo. Diz o Papa: “Não se pode crescer na fé sem se apoiar na fé dos outros”.


Assim queridos amigos, resta-nos agradecer a ajuda que todos nos deram para estar nessa Jornada. Estivemos sempre unidos pela oração, e pelos vínculos de amizades. Muitos de vocês puderam assistir pela televisão alguns momentos. Isso nos deixou mais próximos. Obrigado pelo carinho. E agora chegou a nossa vez de acolher os jovens do mundo todo no Brasil, na próxima JMJ que será em 2013 no Rio de Janeiro. Então, por que não dizer: Até a próxima!!!

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