sexta-feira, 9 de abril de 2010

Papa ensina três valores aos jovens


in Notícias Canção Nova

O Papa Bento XVI encontrou-se, dia 07 de setembro de 2008, com jovens da ilha da Sardenha em uma das atividades de sua Visita Apostólica à cidade, onde afirmou que eles são "o futuro cheio de esperança na região" e propôs três valores, já ensinados por João Paulo II, mas, segundo ele, muito atuais.

"Eu conheço o seu entusiasmo, o desejo nutrido em vocês e o empenho colocado para realizá-lo, e não ignoro as dificuldades e os problemas que vocês encontram", como "o flagelo do desemprego e da precariedade de trabalho que põe em perigo os seus projetos, (...) a emigração e o êxodo das forças mais jovens e decididas, com a conseqüente perda de raízes que, por vezes, traz consigo danos psicológicos e morais, antes que sociais".

E continuou: "O que dizer o fato de que, na sociedade atual de consumo, os lucros e o sucesso tornaram-se novos ídolos, ante os quais se prostam tantos? Assim, as pessoas se sentem levadas a dar valor apenas àqueles que, como se costuma dizer, 'têm feito fortuna' ou são 'famosos' e não àqueles que tem de lutar com a vida laboriosamente todos os dias".

"Corre-se o risco de ser superficial, de seguir atalhos perigosos na busca do sucesso, buscando na vida experiências que dão satisfações imediatas, mas por si só são pobres e enganadoras. Cresce a tendência ao individualismo e quando alguém se concentra apenas em si mesmo, torna-se frágil, falta a paciência para ouvir, algo essencial para compreender os outros e trabalhar juntos", alertou o Santo Padre.


Os três valores

Bento XVI voltou a propor os três valores reafirmados por João Paulo II durante sua visita à Sardenha, 23 anos atrás, que continuam a ser "indicações atuais ainda hoje".

O primeiro é "o valor da família que temos que guardar como um patrimônio sagrado e antigo". (...) No passado, a sociedade tradicional ajudava mais a formar e conservar uma família. (...) Hoje, se admitem outras formas de coabitação e, por vezes, utiliza-se o termo família para uniões que, na realidade, não são famílias".

"Reassumam queridos jovens o valor da família", exortou o Santo Padre, "amada não só por tradição, mas por uma decisão consciente e madura", e recordou que o Concílio Vaticano II chamou à família "pequena Igreja, porque o matrimônio é um sacramento, é dizer, um sinal santo e eficaz do amor que Deus nos dá em Cristo através da Igreja".

O segundo valor é a formação "intelectual e moral". O Papa afirmou que "a crise de uma sociedade começa quando não se sabe transmitir a sua herança cultural e de valores essenciais para novas gerações. Não me refiro apenas ao sistema escolar. A questão é mais ampla. (...) Jesus disse: "A Verdade vos libertará" (Jo 8,32). O niilismo moderno prega o contrário, dizendo, a liberdade vos fará verdadeiros. Inclusive alguns defendem que não existe nenhuma verdade, abrindo assim o caminho do esvaziamento dos conceitos do bem e do mal, até chegar com que estes sejam intercambiáveis".

"A fé sincera e profunda" é o terceiro valor. "Quando se perde o sentido da presença e da realidade de Deus tudo é achatado e reduzido a uma única dimensão, (...) tudo permanece no material. (...) Desaparece o mistério de tudo o que existe: as coisas e as pessoas interessam na medida em que satisfazem nossos interesses e, não por si mesmas. Isto constitui um valor cultural que se respira desde o nascimento e que produz efeitos interiores permanentes", explicou.

"Fé, neste sentido, antes de ser uma crença religiosa, é uma forma de ver a realidade, uma forma de pensar, uma sensibilidade interior que enriquece os seres humanos como tal. (...) Estar com Jesus, conviver como com um amigo, no Evangelho e nos Sacramentos, é aprender de forma nova o que muitas vezes a sociedade não pode dar: o sentido religioso".


Verdadeira liberdade

"Oxalá todos e cada um de vocês descubram a Deus como sentido e fundamento de toda criatura, luz da verdade, chama de caridade, vínculo de unidade", finalizou.

"Então, vocês não terão medo de perder sua liberdade, porque a viverão em plenitude, entregando-a por amor. Não estareis apegados aos bens materiais, porque sentireis a alegria de compartilhar. Não estarão tristes da tristeza do mundo, mas sentirão pesar pelo mal e alegria pelo bem, especialmente pela misericórdia e o perdão. ( ...) Se vocês descobrirem Deus no rosto de Cristo já não pensarão na Igreja como uma instituição externa a você, mas como sua família espiritual."

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