quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Amigos de Deus


por Luiz César Martins (adaptado)

Este material não foi desenvolvido somente para lhe dar conhecimento, mas aqui também queremos alertar para o grande Chamado que Deus está lhe fazendo: “Leva-lo a retomar uma vida de intimidade com o Senhor através da vivência das práticas espirituais aqui sugeridas: Jejum, Adoração, Leitura Orante da Palavra de Deus, Oração pessoal, Rosário e Confissão.”

Durante as vigílias do núcleo de discernimento da RCC/Pr por diversas vezes o Senhor nos orientou para a realização deste material que foi inspirado no livro de Judite, que foi escrito num momento crucial para o povo de Israel e serviu para dar-lhes ânimo e encorajamento para enfrentar o inimigo que os ameaçava. Nele são relatadas várias situações que muitos de nós experimentamos em nossa vida, em nossa família, em nosso grupo de oração e até em nossa comunidade paroquial.

No livro de Judite observamos que os Judeus ao saberem da ameaça que se aproximava com o poderoso exército de Holofernes trataram logo em criar estratégias humanas para enfrentar o perigo eminente e rapidamente começaram a agir conforme suas habilidades. Mandaram mensageiros por toda a Samaria e seus arredores até Jericó, e ocuparam todos os cumes dos montes. Cercaram de muros todas as suas cidades e armazenaram trigo para poder sustentar o combate... Pediram ao povo que ocupassem as vertentes montanhosas que davam acesso à Jerusalém, e que pusessem guarnições nos desfiladeiros por onde se pudesse passar. (Jd. 4, 4. 6).

Apesar de aparentarem fé com suas atitudes e orações (cf. Jd. 4,8-17), na verdade eles se deixaram abater diante do inimigo, pois não acreditaram que Deus poderia livra-los de tamanha ameaça. Quando a situação se agrava com a falta da água, toda a sua incredulidade vem à tona e são tentados a dar um prazo para Deus vir livrá-los (cf. Jd. 8,13), na verdade já haviam tomado a decisão de se aliar ao inimigo para não sucumbirem e não perceberam que este não é o meio de atrair a misericórdia de Deus.

Hoje também somos tentados a enfrentar com ações unicamente humanas as adversidades que nos sobrevém e corremos o grande perigo de sucumbir diante destas dificuldades que encontramos pelo caminho, nos assemelhando aos Israelitas. Nossa fé e esperança tendem a ficar debilitadas ao ponto de nos entregar ao desânimo levando-nos ao afastamento de Deus. Estas dificuldades muitas vezes nos atingem com situações que nem sempre julgamos negativas, por exemplo, o excesso de segurança financeira, o excesso de segurança em nossas capacidades humanas e inclusive o ativismo. Tudo isso tende a se agravar quando consentimos com o pecado em nossa vida. Este afastamento será inevitável se mantivermos a decisão de não buscarmos o Senhor através de práticas espirituais como oração pessoal, adoração, vida sacramental e ortificações. Desta forma é preciso ter a coragem de fazer aquilo que Judite oncretamente orienta ao seu povo: “...façamos, pois, penitência por isso e eçamos-lhe perdão com lágrimas nos olhos, pois Deus não ameaça como os homens e não se deixa arrastar como eles à violência da cólera. Humilhemo-nos diante dele e prestemos-lhe nosso culto com espírito de humildade (Jd 8,14-16).

A prática espiritual sincera alarga nossos horizontes. A prática espiritual honesta nos ensina que além de todas as coisas que vemos, existe sempre algo muito mais mplo e profundo que não percebemos quando olhamos para a realidade somente a partir de nossas próprias intuições. Nem sempre o óbvio expressa a vontade de Deus em nossas vidas e em nossos ministérios. A prática espiritual nos faz ver segundo Deus, por isso descobrimos que tudo é apenas um roteiro, um caminho, uma janela que se abre para realidades muito maiores. E quando enxergamos as coisas com os olhos de Deus, uma força suprema e dinâmica, o próprio Espírito Santo, vem em nosso socorro e nos fortalece. A prática espiritual concreta de Judite foi a porta pela qual Deus fez passar a sua graça para o povo: “Que eles se lembrem de como nosso pai Abraão foi provado e de como passou por múltiplas tribulações para se tornar o amigo de Deus” (Jd 8,22).

Judite é a figura de Maria Santíssima, que esmaga a cabeça da serpente infernal. Também Maria Santíssima confiou em Deus e abandonou-se à Sua Palavra. Nela se manifestou o poder e a misericórdia de Deus, que por meio de Jesus Cristo, seu Filho, salva o seu povo. Assim como Deus se utilizou de Judite e de Maria Santíssima para vencer o inimigo que ameaçava o seu povo, também deseja se utilizar de você para vencer aquele que causa todas estas ameaças. O Senhor deseja formar um grande exército de homens e mulheres apaixonados por Deus e fortificados na fé para resgatar todos aqueles que estão perigosamente afastados da Salvação. Mas, para isso, não podemos tomar nas nossas mãos a direção da nossa vida ou do nosso ministério, porque este lugar tem que ser do Senhor Jesus. Precisamos entender que é através da escuta profética e da total dependência da Graça de Deus que faremos a Sua vontade, e estas virtudes nós somente adquirimos através de uma vida de intensa oração. Não há dúvida de que o desejo daqueles que estão empenhados na evangelização é de fazer a vontade do Senhor, porém naquelas atividades que nos julgamos capazes de realizá-las, a tendência natural é de agirmos como se não precisássemos da direção e do auxílio do Espírito Santo, pois já estamos seguros daquilo que já sabemos fazer, então nos aventuramos em agir do nosso jeito e conforme os nossos critérios, por isso agimos sem saber ao certo qual o objetivo a ser alcançado e aonde queremos chegar, acabamos assim fazendo o que Deus não falou. Precisamos, sem demora, voltar a depender de Deus também naquilo que acreditamos que já sabemos fazer bem.

Este é um chamado para todos. E é com este intuito que recomendamos a todos os servos de Deus estas práticas espirituais para que tenhamos uma visão ampliada e assumamos os nossos postos, a fim de passarmos de uma fase apologética para uma fase de combatividade profética em nossa missão na Igreja. Recomendamos também o diário espiritual deste livro para que tenhamos disciplina em nossa vida espiritual. Oramos para que você faça parte daqueles que escutarão este chamado e que buscarão pô-lo em prática a cada dia, pois cada dia é uma aventura na busca por esta maravilhosa fidelidade. Agindo assim, com certeza experimentaremos a presença deste Deus que está tão próximo de cada um de nós.

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